A Epístola Hodierna #00
No momento atual em que inicio esse texto são 1h30 do dia 25 de Dezembro. Isso mesmo, madrugada de Natal. Estou há dias para escrever esse texto. Escrever é uma tarefa mais difícil do que parece, principalmente quando a gente não sabe muito bem sobre o que quer escrever ou qual é melhor maneira para expressar o que se quer dizer.
A verdade é que eu tenho uma boa tradição de começar coisas na madrugada natalina. Iniciei várias séries que hoje amo assim. Também tomei a decisão de diminuir o consumo de refrigerantes (e hoje eu praticamente não bebo mais) em uma noite dessas. Então pensei que finalmente era a hora de começar algo novo de novo.
A Epístola Hodierna é um projeto pessoal sem muita pressão para acontecer. É mais um meio para eu colocar para fora certas coisas que estão martelando na minha cabeça nesse momento do que realmente uma produção de conteúdo embasada e profissional (mas também espero só falar coisas verídicas, afinal ninguém aguenta mais desinformação).
Eu sempre tive muito medo de ser julgado pelas coisas que eu penso e principalmente pela maneira em que escolho para expressá-las. Odeio saber que fui mal interpretado, mesmo sabendo que esse é um risco que corro a partir do momento em que abro a boca para falar algo (e neste caso, abro o bloco de notas para escrever algo).
Mas, sinceramente, cansei de guardar só para mim certos questionamentos só porque posso ser mal visto ou julgado por isso. A real é que ninguém liga tanto assim para o que falo, só eu. E graças a Deus por isso. Pois é dessa maneira que a gente tem a chance de falar algumas besteiras e no futuro mudar de opinião sem sofrer grandes consequências pelas asneiras ditas na base da ignorância. Nessas horas, o esquecimento é uma dádiva.
A Epístola Hodierna possui esse nome porque o intuito é que aqui os textos não passem de pequenas cartas pessoais para qualquer pessoa interessada a ler.
Eu sempre gostei muito da palavra “epístola”. Talvez seja a minha criação cristã falando mais alto nesse momento, mas gosto da sonoridade desse termo. Acho muito superior à palavra “carta”, por exemplo.
Já o “hodierna” é um adjetivo que aprendi a pouco tempo em uma das minhas leituras e que ficou na minha cabeça por dias e dias. Para quem, assim como eu no passado, não sabe o que esta palavra significa, fica tranquilo que eu vou explicar: Segundo o dicionário, hodierna significa “relacionado com o dia de hoje, com o tempo recente; atual. Que reflete o momento de agora, contemporâneo; moderno: época hodierna.”
Então isso tudo não passa de textos em um formato de carta, como se eu estivesse falando diretamente a uma pessoa (e eu estou falando contigo que está lendo isso agora) sobre questionamentos que estão me tirando o sono no tempo recente. Simples e sem pressão. Prometo falarei o que quero quando eu quiser. Sem muita cobrança, sem muita periodicidade. Ah, sem muito rigor também. Eu gosto mesmo é da informalidade. Acredito que ela nos aproxima nesses tempos digitais (e me senti um tiozão falando isso).
Se vocês embarcarem nessa comigo, ficarei mais feliz do que uma criança abrindo o seu tão desejado presente na noite de natal. Desde já agradeço demais mesmo. Porém, também entendo quem não liga muito para isso ou até mesmo não gostou da ideia. Acontece e vida que segue.
Ao mesmo tempo que estou bastante animado por esse começo, admito que estou morrendo de medo. Escrever é uma forma de se tornar vulnerável a qualquer pessoa que esteja lendo. É como despir-se de uma camada de proteção pessoal sua, deixando as demais pessoas conhecerem o que se passa na sua cabeça. E isso é assustador, não? Espero que essa sensação vá se esvaindo com o passar do tempo e que fique somente aquele belo prazer que a escrita propõe a aqueles que se aventuram nas suas terras.