A Epístola Hodierna #00

João Victor Campos
3 min readDec 25, 2021

No momento atual em que inicio esse texto são 1h30 do dia 25 de Dezembro. Isso mesmo, madrugada de Natal. Estou há dias para escrever esse texto. Escrever é uma tarefa mais difícil do que parece, principalmente quando a gente não sabe muito bem sobre o que quer escrever ou qual é melhor maneira para expressar o que se quer dizer.

A verdade é que eu tenho uma boa tradição de começar coisas na madrugada natalina. Iniciei várias séries que hoje amo assim. Também tomei a decisão de diminuir o consumo de refrigerantes (e hoje eu praticamente não bebo mais) em uma noite dessas. Então pensei que finalmente era a hora de começar algo novo de novo.

A Epístola Hodierna é um projeto pessoal sem muita pressão para acontecer. É mais um meio para eu colocar para fora certas coisas que estão martelando na minha cabeça nesse momento do que realmente uma produção de conteúdo embasada e profissional (mas também espero só falar coisas verídicas, afinal ninguém aguenta mais desinformação).

Eu sempre tive muito medo de ser julgado pelas coisas que eu penso e principalmente pela maneira em que escolho para expressá-las. Odeio saber que fui mal interpretado, mesmo sabendo que esse é um risco que corro a partir do momento em que abro a boca para falar algo (e neste caso, abro o bloco de notas para escrever algo).

Mas, sinceramente, cansei de guardar só para mim certos questionamentos só porque posso ser mal visto ou julgado por isso. A real é que ninguém liga tanto assim para o que falo, só eu. E graças a Deus por isso. Pois é dessa maneira que a gente tem a chance de falar algumas besteiras e no futuro mudar de opinião sem sofrer grandes consequências pelas asneiras ditas na base da ignorância. Nessas horas, o esquecimento é uma dádiva.

A Epístola Hodierna possui esse nome porque o intuito é que aqui os textos não passem de pequenas cartas pessoais para qualquer pessoa interessada a ler.

Eu sempre gostei muito da palavra “epístola”. Talvez seja a minha criação cristã falando mais alto nesse momento, mas gosto da sonoridade desse termo. Acho muito superior à palavra “carta”, por exemplo.

Já o “hodierna” é um adjetivo que aprendi a pouco tempo em uma das minhas leituras e que ficou na minha cabeça por dias e dias. Para quem, assim como eu no passado, não sabe o que esta palavra significa, fica tranquilo que eu vou explicar: Segundo o dicionário, hodierna significa “relacionado com o dia de hoje, com o tempo recente; atual. Que reflete o momento de agora, contemporâneo; moderno: época hodierna.”

Então isso tudo não passa de textos em um formato de carta, como se eu estivesse falando diretamente a uma pessoa (e eu estou falando contigo que está lendo isso agora) sobre questionamentos que estão me tirando o sono no tempo recente. Simples e sem pressão. Prometo falarei o que quero quando eu quiser. Sem muita cobrança, sem muita periodicidade. Ah, sem muito rigor também. Eu gosto mesmo é da informalidade. Acredito que ela nos aproxima nesses tempos digitais (e me senti um tiozão falando isso).

Se vocês embarcarem nessa comigo, ficarei mais feliz do que uma criança abrindo o seu tão desejado presente na noite de natal. Desde já agradeço demais mesmo. Porém, também entendo quem não liga muito para isso ou até mesmo não gostou da ideia. Acontece e vida que segue.

Ao mesmo tempo que estou bastante animado por esse começo, admito que estou morrendo de medo. Escrever é uma forma de se tornar vulnerável a qualquer pessoa que esteja lendo. É como despir-se de uma camada de proteção pessoal sua, deixando as demais pessoas conhecerem o que se passa na sua cabeça. E isso é assustador, não? Espero que essa sensação vá se esvaindo com o passar do tempo e que fique somente aquele belo prazer que a escrita propõe a aqueles que se aventuram nas suas terras.

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João Victor Campos

Aluno de Jornalismo da UFRJ, apaixonado por vários assuntos e sempre disponível para boas conversas